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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Conversas no Bar do Alcides.

Já passava das 21 horas de sábado e o Seu Alcides já queria fechar o bar...

“Não vai dar pro Vasco!” berrou o Beraldo – o ajudante – lá de dentro da cozinha.

Seu Alcides respondeu alguns impropérios “homenageando”, majoritariamente, a mãe do servente e a torcida do São Paulo.

Tomou um gole, fez cara feia, esbravejou contra Edmundo e filosofou baixinho para uma seleta platéia – eu, Zé Davi e Pachola: “Acho que o Vascão não ganha só pra acabá com o sonho do Flamengo! Vai dá São Paulo! Agora vamo que a patroa ta esperando!”.

Dei risada e fiz raiva no vascaíno: “Só vou quando acabar a minha cerveja e meu copo ainda ta cheio! E deixa de filosofia de buteco!”.

Zé Davi e Pachola me apoiaram, mas não adiantou: “Amanhã eu dou uma cerveja pra cada um doceis, proceis chorá as mágoa depois que o Cruzeiro batê no Framenguim doceis!”.

Dei mais risada – e dessa vez, em tom irônico – e fui embora convicto e convencido de que meu santo era mais forte que a praga filosófica e “butequeira” do Seu Alcides, especialmente porque ela ia contra o próprio patrimônio.

Além disso, meu copo havia ficado meio cheio e isso haveria de significar alguma coisa! Ou não?

Superstições à parte, amanheceu o domingo e eu confiante e positivo.

Li o “Doutor” Tostão profetizar: “Se der a lógica, o Flamengo perde, pois jogou muito bem o último jogo.

E o Cruzeiro vence, pois perdeu a última jogando muito mal”, numa alusão às instáveis campanhas das duas equipes.

Li também Juca Kfouri reafirmar que o São Paulo estava com cinco dedos na taça e que em São Januário colocaria o sexto!

Nada abalava minha confiança em meus palpites!

Afinal de contas, contra meu copo cheio nem Mãe Dinah pode!

Muito menos filosofia “praguenta” de boteco!

Talvez não estivesse tão confiante como pensei: meio que prevendo a hecatombe que viria, não fui ao boteco assistir à rodada como normalmente faço aos domingos.

Preferi o conforto do lar, troquei a cerveja por refrigerante, a companhia de Zé Davi e Pachola pela de minha avó e nas mãos, ao invés de amendoim, o terço.

Tudo isso pra me defender da “zica” do vascaíno.

Ah, e o copo de refrigerante, sempre cheio!

Pois começou a rodada e o gol do São Paulo em São Januário me trouxe à memória as palavras do sábio botequeiro.

Mas, antes do fim do primeiro tempo, os gols chorados de Vasco e Grêmio me fizeram esquecer do rogador de pragas.

Queria uma cerveja mas o copo de refrigerante me fazia boa companhia.

Ainda estava cheio quando Fernandinho abriu o placar para a raposa no Mineirão.

Bebi tudo numa golada só!

O pândego do Seu Alcides voltou a me assombrar: me ligou pra “tirar uma casquinha”!

Começa o segundo tempo e durante vinte minutos todos os palpites desse humilde colunista que vos fala estavam a se concretizar: Grêmio vencendo, São Paulo não vencendo e Flamengo não perdendo.

Céu!

Já pensava na cerveja gelada que me esperava para fechar a noite de domingo.

Com o bônus de ser por conta da casa cruz-maltina!

Aí veio o Hugo e começou a jogar água no meu chope, oops, refrigerante!

Pouco depois, rapidinho, pá-pum, o Vitória vira pra 2 x 1 e o Grêmio tem um jogador expulso.

A essas alturas nem o refrigerante eu bebia.

Sinceramente, mal respirava.

O ar acabou de vez quando Ibson empatou o jogo para o Fla.

“Pelo menos um palpite eu acerto!”.

Quis beber o refrigerante, mas como o Cruzeiro atacava, preferi manter o copo cheio.

Vai saber, né!?!

Antes não tivesse passado vontade!

Léo Moura cochilou – assim como no primeiro gol azul – e o copo voou de encontro ao longe.

Nenhum prejuízo material constatado, voltei para a TV!

O terceiro do Vitória já nem me comoveu tanto.

Secar o São Paulo também já não importava mais.

Vencer o Cruzeiro então, nem passava pela cabeça...

Quis beber, mas o copo estava vazio!

Fui buscar refrigerante na cozinha, mas Obina não deixou!

O Xodó fez o gol e encheu meu caneco de esperança!

E eu de refrigerante!

Ou o contrário?

O Vitória fez mais um, o refrigerante fez efeito e agora, a vitória sobre o Cruzeiro me parecia questão de tempo.

Juan e Obina perderam chances claras de gol e o assistente marcou impedimentos inexistentes – num deles Diego Tardelli saiu livre, na cara do gol.

Enquanto isso, em São Januário, Edmundo isolou minha ultima esperança de segurar o São Paulo.

O Grêmio diminuiu, mas nem me empolguei.

Estava concentrado nos últimos cinco minutos do Mineirão e ainda tinha muito refrigerante no copo.

Pensei comigo: “Pelo menos garantimos a vaga na Libertadores!” Dei uma bela golada e... maldita língua!

Ramires me fez querer devolver aquele gole ao copo!

A imagem de Seu Alcides, aquele maldito Schopenhauer cruz-maltino clarividente dos trópicos, me apareceu nítida, com um sorriso “Não te falei!?!” estampado de orelha a orelha.

Quis explodir o “buteco” do velho, o copo de refrigerante, São Januário e o Carlos Eugênio Simon, que não marcou um pênalti clamoroso a favor do Fla nos acréscimos.

“Nem um palpite!?!?”, pensei desanimado.

Acabei descontando novamente no copo, estava mais próximo e vazio!

Fim das contas: 3 x 0 Seu Alcides, São Paulo quase tri, três times disputando duas vagas para a Libertadores faltando duas rodadas e uma certeza: copo cheio ou vazio, só volto no Bar do Alcides depois do fim do campeonato.

E refrigerante nunca mais!

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