José Manuel Durão Barroso e José Luís Arnaut, ambos do PPD-PSD, envolvidos até à "ponta dos cabelos" no Caso de Corrupção da compra dos Submarinos à Alemanha.
O matutino alemão cita fontes judiciais, mas Barbara Stockinger, porta-voz do Ministério Público de Munique, responsável pelas investigações em questão, contactada pela Lusa, escusou-se a comentar a notícia.
«Não temos feito declarações públicas sobre o caso, e acho que ainda vai levar algum tempo até o fazermos», disse a procuradora alemã.
O artigo do Sueddeutsche Zeitung, no suplemento de economia, vem encimado por uma fotografia de Mitscherlich ao lado de uma foto da Torre do Monumento das Descobertas, em Belém, com uma legenda a dizer que «no caso de corrupção em torno da Ferrostaal trata-se também de alegadas irregularidades no fornecimento de submarinos a Portugal».
O mesmo jornal revela ainda que os principais accionistas da Ferrostaal, a Petroleum Investment Company (IPIC), do Abu Dhabi, estão preocupados com as recentes notícias, e que na próxima semana a administração da Ferrostaal vai fazer uma reunião extraordinária para analisar a situação.
«Possivelmente, os dias de Mitscherlich à frente da empresa estão contados», vaticina o Sueddeutsche Zeitung.
O jornal adianta também que a sociedade de advogados norte-americana Debevoise & Plimpton, que já trabalhou no escândalo de corrupção da Siemens, foi encarregada pela justiça alemã de investigar o caso Ferrostaal.
O Ministério Público de Munique, no entanto, também não quis confirmar nem desmentir esta notícia.
Em finais de Março, procuradores e agentes da polícia judiciária fizeram buscas na sede da Ferrostaal, em Essen, e em instalações da firma noutros pontos do país, por suspeitas de corrupção no negócio de vendas de submarinos a Portugal, e também em negócios na Argentina e na Colômbia.
A Ferrostaal alegou na altura, em comunicado, que não era a empresa que estava a ser investigada, mas sim «alguns indivíduos» envolvidos em «projectos específicos».
No âmbito das investigações, foi detido um gestor da ferrostaal, Klaus Lesker, que no ano passado se reuniu com as autoridades portuguesas no âmbito dos negócios de contrapartidas dos submarinos, e um seu colaborador directo.
O cônsul honorário de Portugal em Munique, Juergen Adolff, entretanto suspenso de funções, é também suspeito de tráfico de influências e corrupção, por alegadamente ter recebido ‘luvas’ de 1,6 milhões de Euros por ter ajudado a Ferrostaal a vender os submarinos, promovendo, nomeadamente, um encontro entre gestores da empresa e o então primeiro-ministro Durão Barroso, em 2002.
O actual presidente da Comissão Europeia desmentiu no início do mês qualquer «envolvimento directo» no negócio dos submarinos, garantindo que se limitou a abordar a questão no âmbito das reuniões do conselho de ministros.
Adolff, dono de uma imobiliária com negócios também em Portugal, desmentiu igualmente ter conhecimento de «quaisquer pagamentos indevidos», e repudiou as suspeitas de que é alvo, considerando-as «infames», em comunicado enviado no dia a seguir à sua suspensão pelo MNE.
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