Perante o juiz de instrução criminal António Costa Gomes, que na última sexta-feira decretou a sua prisão preventiva, Godinho apenas prestou declarações sobre a suspeita de que queria fugir do país, negando tal perigo.
As razões apresentadas foram desde uma doença crónica (diabetes), passando pelo apego às netas e, por último, o facto de considerar que os filhos ainda não estão preparados para gerir as suas empresas.
Na única vez que se ausentou, acrescentou, surgiu um buraco nas contas do grupo O2 de cerca de 15 milhões de euros – o que o obrigou a endividar-se junto do BCP.
Os créditos bancários ao grupo O2 estão referenciados nos dois inquéritos abertos em Aveiro.
Com os lucros provenientes da venda de resíduos industriais retirados ilicitamente de empresas públicas, Godinho terá comprado automóveis de luxo e imóveis – bens que serviram como garantia de empréstimos bancários à O2.
Essas operações de crédito estão a ser analisadas pela Polícia Judiciária (PJ).
Vara ‘empurrado’
Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal (BdP), afirmou esta semana que no processo ‘Face Oculta’ não está em causa a actividade bancária do BCP.
Contudo, ao mesmo tempo que avançou para um inquérito à idoneidade de Armando Vara – à luz do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, tal como o SOL avançou na passada edição –, Constâncio pediu mais dados à Procuradoria-Geral da República.
Ontem à tarde, o BdP ouviu Vara.
Pressionado por Constâncio e pelo presidente do BCP, Carlos Santos Ferreira, Armando Vara acabou por suspender o mandato de vice-presidente.
Após ter-se reunido com Constâncio, Santos Ferreira afirmou na terça-feira que as notícias sobre o envolvimento de Vara neste caso «não são boas para a imagem do banco».
O líder do BCP acrescentou que a permanência de Vara «era uma questão de idoneidade e de oportunidade», competindo ao próprio e ao BdP avaliar ambas.
Penedos irredutível
A EDP, por seu lado, também anunciou que o administrador Domingos Paiva Nunes pediu a suspensão do seu mandato na EDP Imobiliária e Participações (que gere os 3% que o grupo tem no BCP, entre outras participações).
Paulo Penedos, por seu turno, viu a Comissão Executiva da PT revogar o seu contrato de prestador de serviços.
Fonte oficial da empresa assegurou ao SOL que a cessação contratual ocorreu no dia das buscas ao posto de trabalho de Penedos, enfatizando que este «não era quadro da empresa», mas sim um prestador de serviços de «consultadoria jurídica ao administrador Rui Pedro Soares».
José Penedos, por seu lado, mantinha-se ontem à tarde como presidente das REN (Redes Energéticas Nacionais).
Constituído arguido no início da semana, o gestor recusa demitir-se ou suspender o mandato.
Segundo fonte próxima, receia que tal atitude seja interpretada como «uma confissão de culpa».
Certo é que o assunto tornou-se um incómodo para o Governo.
Ontem, ao mesmo tempo que anunciava auditorias da Inspecção-Geral de Finanças, no prazo de 60 dias, a todas as empresas públicas envolvidas neste processo, o ministro Teixeira dos Santos afirmou que a demissão de Penedos «é uma decisão que compete ao próprio presidente da REN», acrescentando que o Executivo colocou em acção o Código de Bom Governo das Sociedades, adoptando as recomendações de transparência da UE.
Confrontado ontem pela oposição no Parlamento, sobre a necessidade de medidas contra a corrupção, José Sócrates afirmou que se mantém «atento para responder, se for caso disso, a iniciativas que possam repor tudo aquilo que é exigível nas empresas públicas».
Vitorino orgulhosa
Contactada pelo SOL, Ana Paula Vitorino, ex-secretária de Estado dos Transportes, afirmou: «Não me parece correcto falar sobre processos em investigação. Pelo que li nos jornais, tenho muito orgulho em ser apontada como entrave às alegadas malfeitorias sob investigação».
Segundo o MP e a PJ, Vitorino, que não foi reconduzida neste Governo, terá sido alvo de uma ‘tentativa de golpe’ por parte de Manuel Godinho que solicitou para o efeito a ajuda de Armando Vara e de Lopes Barreira.
Mais processos disciplinares na REFER
Godinho também tentou afastar Luís Pardal, presidente da REFER (Rede Ferroviária Nacional) desde 2005, contando com as informações dos arguidos Carlos de Vasconcellos (ex-administrador da Invesfer, empresa imobiliária do grupo REFER) e de José Valentim e Manuel Guiomar (ambos funcionários desta empresa).
Os três tinham como missão informar Godinho sobre o «pensar e o sentir da administração de Luís Pardal», além de fornecer informação privilegiada sobre os concursos desta empresa pública, a troco de vantagens patrimoniais e não patrimoniais.
Fonte oficial da REFER afirmou ao SOL que «estão em curso averiguações internas» relacionadas com os três funcionários implicados no caso.
Será a segunda vez que a REFER investiga funcionários ligados a Manuel Godinho.
Está descoberto o TRIÂNGULO Maçónico!
ResponderEliminarMillennium-BCP (Armando Vara), Banco de Portugal (Vítor Constâncio) e REFER (José Penedos).
O pseudo "Grão-Mestre" é o MESMO de todas as outras "maningâncias" como o Freeport, Aterro da Beira Interior, o Corte Ilícito de Sobreiros, as pseudo-licenciaturas da Universidade Independente, etc., etc.: O 1º MINISTRO DE PORTUGAL!!!