O procurador do Ministério Público de Aveiro, João Marques Vidal, vai avançar com um pedido ao juiz de instrução para que este decrete a "especial complexidade" do processo "Face Oculta".
Segundo apurou o DN junto de uma fonte próxima do caso, a iniciativa do procurador deverá acontecer logo após os interrogatórios a todos os arguidos.
Isto porque, segundo a lei, estes têm de ser ouvidos antes da decisão do juiz de instrução, António Costa Gomes.
A "especial complexidade" de um processo é algo que está previsto no Código do Processo Penal.
E o procurador do Ministério Público de Aveiro deverá argumentar, tal como está previsto, com o facto de o processo envolver um elevado número de arguidos e o "carácter altamente organizado" dos crimes em investigação.
Recorde-se, aliás, que uma das teses da investigação passa pela existência de uma "rede tentacular" gerida por Manuel Godinho e por colaboradores seus, que recorriam a intermediários e a subornos de forma a garantir a adjudicação de contratos por parte de empresas participadas pelo Estado.
Isto mesmo levou o procurador João Marques Vidal a indiciar alguns dos arguidos pelo crime de associação criminosa.
Caso o juiz aprove o pedido do procurador, os prazos para a investigação e para a prisão a prisão preventiva do empresário Manuel Godinho são dilatados.
Mas, o dia de ontem foi totalmente reservado para Armando Vara, administrador do BCP com funções suspensas, o arguido mais mediático do processo.
O seu nome surge referenciado como fazendo parte da da "rede tentacular" .
"Eu não cometi nenhum crime e isso vai ficar provado em tribunal", disse o banqueiro, depois das primeiras cinco horas de interrogatório.
Uma diligência que ainda decorria à hora de fecho desta edição sendo, por isso, impossível revelar quais as medidas de coacção.
O interrogatório de Armando Vara prossegue na próxima semana.
As curtas declarações de Armando Vara, que estava acompanhado dos advogados Tiago Rodrigues Basto e Nuno Godinho de Matos, foram ouvidas num intervalo para jantar.
Ao que o DN apurou, as atenções dos advogados estiveram concentradas, em algumas das provas recolhidas pela PJ, nomeadamente nas transcrições de escutas e outros actos de vigilância de conversas e encontros mantidos com Manuel Godinho.
Os indícios das eventuais práticas criminais em causa, nomeadamente corrupção e tráfico de influências, terão sido desvalorizados pelos advogados de Armando Vara, o que o levaram a declarar, perante os jornalistas, a sua absoluta confiança em sair ilibado se for presente a julgamento.
"Não cometi nenhum crime, não tenho nada a pesar na consciência e isso vai ficar provado no final do processo", reafirmou.
Entretanto, Rodrigo Santiago, advogado de Manuel Godinho, deverá ainda esta semana apresentar o recurso sobre a prisão preventiva decretada ao empresário.
Porém, a decisão está dependente de outro requerimento que o advogado apresentou ao juiz de instrução.
Há muito que não lia este tipo de panfleto anti-maçónico do estilo "paranoico-político" (a literatura anti-maçónica actual é mais do estilo "paranoico-ocultista" e é quase toda norte-americana). Vou mesmo fazer algumas impressões para distribuir entre os Irmãos da minha Loja: não é todos os dias que se encontram anedotas originais em Português.
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