O Bar do Alcides é o ponto de encontro de todos aqueles que estão insatisfeitos com o atual "ESTADO DA NAÇÃO PORTUGUESA" e que querem desabafar enquanto bebem um copo. O Bar do Alcides é editado por portugueses não-maçons que estão exilados no Rio de Janeiro e São Paulo no Brasil. Aqui a MAÇONARIA não é de todo benvinda!
Bem-Vindos a "O Bar do Alcides"!
* É apolítico e imparcial!
* Todos os portugueses são vítimas da MAÇONARIA, que continua destruindo a nossa Nação!
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Estado do Sítio: Offshore socialista!
Estado do Sítio
Offshore Socialista
A última novidade do Governo socialista do senhor presidente do Conselho é uma coisa chamada Fundação para as Comunicações Móveis.
Esta entidade, cozinhada no gabinete do ministro Lino ex-TGV e ex-aeroportos da Ota e Alcochete, foi a contrapartida exigida pelo Governo a três operadores para obterem as licenças dos Telemóveis de terceira geração.
É privada, tem um conselho geral com três membros nomeados pelo Executivo e um conselho de administração com três elementos, presidido por um ex-membro do gabinete do impagável Lino (e era este gajo comuna), devidamente remunerado, e dois assessores do senhor que está cansado de aturar o senhor presidente do Conselho e já não tem idade para ser ministro.
Chegados aqui vamos à massa.
Os três operadores meteram até agora na querida fundação 400 milhões de euros, uma parte do preço a pagar pelas tais licenças.
O Estado, por sua vez, desviou para esta verdadeira offshore socialista 61 milhões de euros.
E pronto.
De uma penada temos uma entidade privada, que até agora sacou 461milhões de euros, gerida por três fiéis do ministro Lino, isto é, três fiéis do senhor presidente do Conselho.
É evidente que esta querida fundação não é controlada por nenhuma autoridade e movimenta a massa como quer e lhe apetece, isto é, como apetece ao senhor presidente do Conselho.
Chegados aqui tudo é possível.
Chegados aqui é legítimo considerar que as Fátimas, Isaltinos, Valentins, Avelinos e comandita deste sítio manhoso, pobre, deprimido, cheio de larápios e obviamente cada vez mais mal frequentado não passam de uns meros aprendizes de feiticeiro ao pé da equipa dirigida com mão de ferro e rédea curta pelo senhor presidente do Conselho.
Chegados aqui é legítimo dar largas à imaginação e pensar que a querida fundação, para além de ter comprado a uma empresa uma batelada de computadores Magalhães sem qualquer concurso, pode pagar o que bem lhe apetecer, como campanhas eleitorais do PS e dos seus candidatos a autarquias, e fazer muita gente feliz com os milhões que o Estado generosamente lhe colocou nos cofres.
Chegados aqui é natural que se abra a boca de espanto com o silêncio das autoridades, particularmente do senhor procurador-geral da República, justiceiro que tem toda a gente sob suspeita.
Chegados aqui é legítimo pensar que a fundação privada criada pelo senhor presidente do Conselho é um enorme paraíso fiscal, uma enorme lavandaria democrática.
António Ribeiro Ferreira, Jornalista
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
DN de 19.11.09: 'Face Oculta' classificado como processo complexo.
O procurador do Ministério Público de Aveiro, João Marques Vidal, vai avançar com um pedido ao juiz de instrução para que este decrete a "especial complexidade" do processo "Face Oculta".
Segundo apurou o DN junto de uma fonte próxima do caso, a iniciativa do procurador deverá acontecer logo após os interrogatórios a todos os arguidos.
Isto porque, segundo a lei, estes têm de ser ouvidos antes da decisão do juiz de instrução, António Costa Gomes.
A "especial complexidade" de um processo é algo que está previsto no Código do Processo Penal.
E o procurador do Ministério Público de Aveiro deverá argumentar, tal como está previsto, com o facto de o processo envolver um elevado número de arguidos e o "carácter altamente organizado" dos crimes em investigação.
Recorde-se, aliás, que uma das teses da investigação passa pela existência de uma "rede tentacular" gerida por Manuel Godinho e por colaboradores seus, que recorriam a intermediários e a subornos de forma a garantir a adjudicação de contratos por parte de empresas participadas pelo Estado.
Isto mesmo levou o procurador João Marques Vidal a indiciar alguns dos arguidos pelo crime de associação criminosa.
Caso o juiz aprove o pedido do procurador, os prazos para a investigação e para a prisão a prisão preventiva do empresário Manuel Godinho são dilatados.
Mas, o dia de ontem foi totalmente reservado para Armando Vara, administrador do BCP com funções suspensas, o arguido mais mediático do processo.
O seu nome surge referenciado como fazendo parte da da "rede tentacular" .
"Eu não cometi nenhum crime e isso vai ficar provado em tribunal", disse o banqueiro, depois das primeiras cinco horas de interrogatório.
Uma diligência que ainda decorria à hora de fecho desta edição sendo, por isso, impossível revelar quais as medidas de coacção.
O interrogatório de Armando Vara prossegue na próxima semana.
As curtas declarações de Armando Vara, que estava acompanhado dos advogados Tiago Rodrigues Basto e Nuno Godinho de Matos, foram ouvidas num intervalo para jantar.
Ao que o DN apurou, as atenções dos advogados estiveram concentradas, em algumas das provas recolhidas pela PJ, nomeadamente nas transcrições de escutas e outros actos de vigilância de conversas e encontros mantidos com Manuel Godinho.
Os indícios das eventuais práticas criminais em causa, nomeadamente corrupção e tráfico de influências, terão sido desvalorizados pelos advogados de Armando Vara, o que o levaram a declarar, perante os jornalistas, a sua absoluta confiança em sair ilibado se for presente a julgamento.
"Não cometi nenhum crime, não tenho nada a pesar na consciência e isso vai ficar provado no final do processo", reafirmou.
Entretanto, Rodrigo Santiago, advogado de Manuel Godinho, deverá ainda esta semana apresentar o recurso sobre a prisão preventiva decretada ao empresário.
Porém, a decisão está dependente de outro requerimento que o advogado apresentou ao juiz de instrução.
domingo, 15 de novembro de 2009
Correio da Manhã de 15.11.09: PGR confirma crime mas não apoia escutas.
Minutos depois do Supremo Tribunal de Justiça desmentir a notícia de que anteontem proferira qualquer decisão no sentido da destruição das escutas, Pinto Monteiro, procurador-geral da República, confirmava que o Ministério Público de Aveiro e o juiz de instrução criminal da mesma cidade tinham entendido – tal como o CM ontem noticiou – que as conversas de José Sócrates com Armando Vara configuravam o crime de atentado contra o Estado de Direito, por manipulação da Comunicação Social.
A comunicação da PGR deu ainda conta de que existem 11 conversas de José Sócrates com Armando Vara que foram consideradas passíveis de responsabilidade criminal.
Sobre as seis primeiras, disse ontem a PGR, o Supremo Tribunal de Justiça entendeu que deviam ser destruídas, mas não é claro se tal já aconteceu.
Apenas é explícito que Pinto Monteiro também não vê qualquer relevância criminal nas mesmas, já que as enviou para o Supremo "não obstante considerar que não existiam indícios probatórios que levassem à instauração de procedimento criminal".
Sobre as últimas cinco ainda não há despacho.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
*"O Factor Vara"... Miguel Sousa Tavares**
*"O Factor Vara"... Miguel Sousa Tavares**
Toda a 'carreira', se assim lhe podemos chamar, de Armando Vara, é uma história que, quando não possa ser explicada pelo mérito (o que, aparentemente, é regra), tem de ser levada à conta da sorte.
Uma sorte extraordinária.
Teve a sorte de, ainda bem novo, ter sentido uma irresistível vocação de militante socialista, que para sempre lhe mudaria o destino traçado de humilde empregado bancário da CGD lá na terra.
Teve o mérito de ter dedicado vinte anos da sua vida ao exaltante trabalho político no PS, cimentando um currículo de que, todavia, a nação não conhece, em tantos anos de deputado ou dirigente político, acto, idéia ou obra que fique na memória.
Culminou tão profícua carreira com o prestigiado cargo de ministro da Administração Interna - em cuja pasta congeminou a genial idéia de transformar as directorias e as próprias funções do Ministério em Fundações, de direito privado e dinheiros públicos.
Um ovo de Colombo que, como seria fácil de prever, conduziria à multiplicação de despesa e de "tachos" a distribuir pela "gente de bem" do costume.
Injustamente, a idéia causou escândalo público, motivou a irritação de Jorge Sampaio e forçou Guterres a dispensar os seus dedicados serviços.
E assim acabou - "voluntàriamente", como diz o próprio - a sua fase de dedicação à causa pública.
Emergiu, vinte anos depois, no seu guardado lugar de funcionário da CGD, mas agora promovido por antiguidade ao lugar de director, com a misteriosa pasta da "segurança".
E assim se manteve um par de anos, até aparecer também sùbitamente licenciado em Relações Qualquer Coisa por uma também súbita Universidade, entretanto fechada por ostensiva fraude académica.
Poucos dias após a obtenção do "canudo", o agora dr. Armado Vara viu-se promovido - por mérito, certamente, e por nomeação política, inevitàvelmente - ao lugar de administrador da CGD: assim nasceu um banqueiro. (lolololol...uma "anedota" - bardoalcides blogspot).
Mas a sua sorte não acabou aí: ainda não tinha aquecido o lugar no banco público, e rebentava a barraca do BCP, proporcionando ao Governo socialista a extraordinária oportunidade de domesticar o maior banco privado do país, sem sequer ter de o nacionalizar, limitando-se a nomear os seus escolhidos para a administração, em lugar dos desacreditados administradores de "sucesso".
A escolha caiu em Santos Ferreira, presidente da CGD, que para lá levou dois homens de confiança sua, entre os quais o sortudo dr. Vara.
E, para que o PSD acalmasse a sua fúria, Sócrates deu-lhes a presidência da CGD e assim a meteórica ascensão do dr. Vara na banca nacional acabou por ser assumida com um sorriso e um tom "leve".
Podia ter acabado aí a sorte do homem, mas não.
E, desta vez, sem que ele tenha sido tido ou achado, por pura sorte, descobriu-se que, mesmo depois de ter saído da CGD, conseguiu ser promovido ao escalão máximo de vencimento, no qual vencerá a sua tão merecida reforma, a seu tempo.
Porque, como explicou fonte da "instituição" ao jornal "Público", é prática comum do "grupo" promover todos os seus administradores-quadros ao escalão máximo quando deixam de lá trabalhar.
Fico feliz por saber que o banco público, onde os contribuintes injectaram nos últimos seis meses mil milhões de euros para, entre outros coisas, cobrir os riscos do dinheiro emprestado ao sr. comendador Berardo para ele lançar um raide sobre o BCP, onde se pratica actualmente o maior spread no crédito à habitação, tem uma política tão generosa de recompensa aos seus administradores - mesmo que por lá não tenham passado mais do que um par de anos.
Ah, se todas as empresas, públicas e privadas, fossem assim, isto seria verdadeiramente o paraíso dos trabalhadores!
Eu bem tento sorrir apenas e encarar estas coisas de forma leve.
Mas o 'factor Vara' deixa-me vagamente deprimido.
Penso em tantos e tantos jovens com carreiras académicas de mérito e esforço, cujos pais se mataram a trabalhar para lhes pagar estudos e que hoje concorrem a lugares de carteiros nos CTT ou de vendedores porta a porta e, não sei porquê, sinto-me deprimido.
Este país não é para todos.
P.S. - Para que as coisas fiquem claras, informo que o sr. (ou dr.) Armando Vara tem a correr contra mim uma acção cível em que me pede 250 000 euros de indemnização por "ofensas ao seu bom nome".
Porque, algures, eu disse o seguinte: "Quando entra em cena Armando Vara, fico logo desconfiado por princípio, porque há muitas coisas no passado político dele de que sou altamente crítico".
Aparentemente, o queixoso pensa que por "passado político" eu quis insinuar outras coisas, que a sua consciência ou o seu invocado "bom nome" lhe sugerem.
Eu sei que o Código Civil diz que todos têm direito ao bom nome e que o bom nome se presume.
Mas eu cá continuo a acreditar noutros valores: o bom nome, para mim, não se presume, não se apregoa, não se compra, nem se fabrica em série - ou se tem ou não se tem.
O tribunal dirá, mas, até lá e mesmo depois disso, não estou cativo do "bom nome" do sr. Armando Vara.
Era o que faltava!
Acabei de confirmar no site e está lá, no site institucional do BCP.
Vejam bem os anos de licenciatura e de pós-graduação !!! : Armando António Martins Vara
Dados pessoais: Data de nascimento: 27 de Março de 1954
Naturalidade: Vinhais - Bragança
Nacionalidade: Portuguesa
Cargo: Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo
Início de Funções: 16 de Janeiro de 2008
Mandato em Curso: 2008/2010
Formação e experiência Académica Formação: 2005 - Licenciatura em Relações Internacionais (UNI)
2004 - Pós-Graduação em Gestão Empresarial (ISCTE)
http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/grupobcp/quemsomos/orgaossociais//article.jhtml?articleID=217516
Extraordinário... CV de fazer inveja a qualquer gestor de topo, que nunca tenha perdido tempo em tachos e no PS !
Conseguiu tirar uma Pós-graduação ANTES da licenciatura...
Ou a pós-graduação não era pós-graduação ou foi tirada com o mesmo professor da licenciatura, dele e do Eng. Sócrates... e viva o BCP e o seu "bom nome" !!!
domingo, 8 de novembro de 2009
Correio da Manhã de 08.11.09: Escutas de Sócrates em risco de ser apagadas.
As dezenas de transcrições de conversas entre Armando Vara e José Sócrates interceptadas durante a ‘Operação Face Oculta’, validadas por um juiz e enviadas para a Procuradoria-Geral da República em forma de certidão, correm o risco de ser destruídas. Basta que Pinto Monteiro, a quem as mesmas foram entregues há quatro meses, considere que as situações em análise não configuram ilícitos criminais, o que permite assim proceder à destruição das mesmas. Saiba todos os pormenores na edição de domingo do jornal 'Correio da Manhã'.
Sol de 08.11.09: BCP emprestou 15 milhões a Manuel Godinho.
Perante o juiz de instrução criminal António Costa Gomes, que na última sexta-feira decretou a sua prisão preventiva, Godinho apenas prestou declarações sobre a suspeita de que queria fugir do país, negando tal perigo.
As razões apresentadas foram desde uma doença crónica (diabetes), passando pelo apego às netas e, por último, o facto de considerar que os filhos ainda não estão preparados para gerir as suas empresas.
Na única vez que se ausentou, acrescentou, surgiu um buraco nas contas do grupo O2 de cerca de 15 milhões de euros – o que o obrigou a endividar-se junto do BCP.
Os créditos bancários ao grupo O2 estão referenciados nos dois inquéritos abertos em Aveiro.
Com os lucros provenientes da venda de resíduos industriais retirados ilicitamente de empresas públicas, Godinho terá comprado automóveis de luxo e imóveis – bens que serviram como garantia de empréstimos bancários à O2.
Essas operações de crédito estão a ser analisadas pela Polícia Judiciária (PJ).
Vara ‘empurrado’
Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal (BdP), afirmou esta semana que no processo ‘Face Oculta’ não está em causa a actividade bancária do BCP.
Contudo, ao mesmo tempo que avançou para um inquérito à idoneidade de Armando Vara – à luz do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, tal como o SOL avançou na passada edição –, Constâncio pediu mais dados à Procuradoria-Geral da República.
Ontem à tarde, o BdP ouviu Vara.
Pressionado por Constâncio e pelo presidente do BCP, Carlos Santos Ferreira, Armando Vara acabou por suspender o mandato de vice-presidente.
Após ter-se reunido com Constâncio, Santos Ferreira afirmou na terça-feira que as notícias sobre o envolvimento de Vara neste caso «não são boas para a imagem do banco».
O líder do BCP acrescentou que a permanência de Vara «era uma questão de idoneidade e de oportunidade», competindo ao próprio e ao BdP avaliar ambas.
Penedos irredutível
A EDP, por seu lado, também anunciou que o administrador Domingos Paiva Nunes pediu a suspensão do seu mandato na EDP Imobiliária e Participações (que gere os 3% que o grupo tem no BCP, entre outras participações).
Paulo Penedos, por seu turno, viu a Comissão Executiva da PT revogar o seu contrato de prestador de serviços.
Fonte oficial da empresa assegurou ao SOL que a cessação contratual ocorreu no dia das buscas ao posto de trabalho de Penedos, enfatizando que este «não era quadro da empresa», mas sim um prestador de serviços de «consultadoria jurídica ao administrador Rui Pedro Soares».
José Penedos, por seu lado, mantinha-se ontem à tarde como presidente das REN (Redes Energéticas Nacionais).
Constituído arguido no início da semana, o gestor recusa demitir-se ou suspender o mandato.
Segundo fonte próxima, receia que tal atitude seja interpretada como «uma confissão de culpa».
Certo é que o assunto tornou-se um incómodo para o Governo.
Ontem, ao mesmo tempo que anunciava auditorias da Inspecção-Geral de Finanças, no prazo de 60 dias, a todas as empresas públicas envolvidas neste processo, o ministro Teixeira dos Santos afirmou que a demissão de Penedos «é uma decisão que compete ao próprio presidente da REN», acrescentando que o Executivo colocou em acção o Código de Bom Governo das Sociedades, adoptando as recomendações de transparência da UE.
Confrontado ontem pela oposição no Parlamento, sobre a necessidade de medidas contra a corrupção, José Sócrates afirmou que se mantém «atento para responder, se for caso disso, a iniciativas que possam repor tudo aquilo que é exigível nas empresas públicas».
Vitorino orgulhosa
Contactada pelo SOL, Ana Paula Vitorino, ex-secretária de Estado dos Transportes, afirmou: «Não me parece correcto falar sobre processos em investigação. Pelo que li nos jornais, tenho muito orgulho em ser apontada como entrave às alegadas malfeitorias sob investigação».
Segundo o MP e a PJ, Vitorino, que não foi reconduzida neste Governo, terá sido alvo de uma ‘tentativa de golpe’ por parte de Manuel Godinho que solicitou para o efeito a ajuda de Armando Vara e de Lopes Barreira.
Mais processos disciplinares na REFER
Godinho também tentou afastar Luís Pardal, presidente da REFER (Rede Ferroviária Nacional) desde 2005, contando com as informações dos arguidos Carlos de Vasconcellos (ex-administrador da Invesfer, empresa imobiliária do grupo REFER) e de José Valentim e Manuel Guiomar (ambos funcionários desta empresa).
Os três tinham como missão informar Godinho sobre o «pensar e o sentir da administração de Luís Pardal», além de fornecer informação privilegiada sobre os concursos desta empresa pública, a troco de vantagens patrimoniais e não patrimoniais.
Fonte oficial da REFER afirmou ao SOL que «estão em curso averiguações internas» relacionadas com os três funcionários implicados no caso.
Será a segunda vez que a REFER investiga funcionários ligados a Manuel Godinho.
Público de 08.11.09: Certidões do Face Oculta paradas quatro meses na PGR.
No rol, incluiu-se uma certidão que envolve o primeiro-ministro, José Sócrates, escutado em conversas telefónicas com Armando Vara, administrador do BCP, que suspendeu o mandato esta semana depois de ter sido constituído arguido no processo.
Só depois das buscas realizadas a várias empresas públicas, no passado dia 28, é que Pinto Monteiro decidiu remeter um pedido de informações ao DIAP de Aveiro, solicitando novos dados.
Ontem o PÚBLICO tentou, sem sucesso, esclarecer junto da PGR as razões da demora em tomar uma decisão.
O PÚBLICO apurou junto de fontes judiciais que as certidões chegaram à PGR em Julho.
"A Procuradoria-Geral da República está a proceder à análise das nove certidões recebidas e, como já foi noticiado, foram pedidos elementos em falta que são essenciais para serem proferidas decisões, como seja saber se existem ilícitos, e nesse caso onde devem ser investigados, abrir ou não inquéritos, arquivar ou mandar prosseguir investigações, apurar eventuais responsáveis", esclareceu a Procuradoria numa nota enviada sexta-feira às redacções.
Sobre se alguma das "nove certidões extraídas pelo DIAP de Aveiro estava relacionada com o primeiro-ministro, José Sócrates", uma assessora da PGR respondeu afirmativamente, sem adiantar mais pormenores.
Uma certidão é extraída de um processo quando o procurador responsável pela investigação entende que existem indícios de um crime, mas estes não estão directamente relacionados com o caso em investigação.
Ao extrair certidão, os factos começam a ter um tratamento autónomo naquela comarca ou noutra (se ocorreram noutro local).
Se os crimes, nomeadamente ilícitos económico-financeiros, ocorrerem em diferentes distritos judiciais ou se revestirem de manifesta gravidade e complexidade deverão ser investigados pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, gerido por Cândida Almeida.
Curiosamente, esta magistrada já falou várias vezes publicamente sobre o processo Face Oculta, apesar de não ter qualquer responsabilidade nele.
"Todos gozam do princípio de inocência e, até haver uma acusação, não se pode degradar a figura das pessoas ou das empresas porque isso é terrível", disse a procuradora-geral adjunta, esta semana, à margem de uma conferência em Lisboa.
Tráfico de influências?
Sobre as conversas entre Sócrates e Vara sabe-se pouco.
Segundo o PÚBLICO apurou junto de fontes judiciais, os dois terão falado sobre a venda da TVI pelos espanhóis da Prisa.
A operação de aquisição da Media Capital, montada pela Ongoing, de Nuno Vasconcellos, também terá sido abordada pelos dois, assim como a alegada "campanha negra" do PÚBLICO e da TVI que Sócrates afirmou existir contra si.
Aliás, Vara já estaria sob escuta por alturas do Congresso do PS, em Espinho, no final de Fevereiro, quando o primeiro-ministro e secretário-geral socialista se referiu pela primeira vez ao assunto.
Ontem, o "Correio da Manhã" (CM) referia que nas conversas terão sido ainda abordadas as dívidas do empresário Joaquim Oliveira, patrão da Controlinveste e da Global Notícias, que detém o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e a rádio TSF, entre outros órgãos de comunicação social.
Em particular, diz ainda o CM, interessava-lhes perceber a forma de encontrar uma solução para o "amigo Joaquim" (ver caixa).
A eventual entrada da Ongoing no capital grupo terá também sido referida, adianta o CM.
Estas conversas poderão indiciar um crime de tráfico de influências, caso resulte dos factos que um dos dois interlocutores tenha sido surpreendido a prometer usar ou a usar a sua influência junto de entidades públicas para obter vantagens para si ou para terceiros, como está previsto no Código Penal.
ÚLTIMA HORA: Existem fortes suspeitas que o PGR pertence à Maçonaria!
Depois de vários relatos de situações sobre o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, existem fortes suspeitas que este pertence também à Maçonaria.
Se tal se confirmar, Portugal está à beira de se tornar um Estado Maçónico, com todas as consequências que isso lhe traz.
O PGR, Pinto Monteiro, tem sonegado informações sobre vários casos em que estão maçons envolvidos e atrasado as acusações contra estes.
No Jornal Público de hoje, Domingo dia 8 de Novembro de 2009, vem publicada mais uma notícia sobre o que atrás referimos.
Iremos transcrevê-la, para que possam constatar:
"...
As nove certidões que o Departamento de Investigação e Acção Penal de Aveiro extraiu do processo de investigação conhecido como Face Oculta estiveram perto de quatro meses na Procuradoria-Geral da República (PGR) sem que o procurador-geral, Pinto Monteiro, lhes desse um destino..."
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Público de 06.11.09: José Sócrates foi escutado pela Judiciária em conversas com Armando Vara.
Nas escutas telefónicas que a Polícia Judiciária fez durante meses a Armando Vara no âmbito do processo Face Oculta há gravações de conversas entre o vice-presidente do BCP, agora com mandato suspenso e arguido neste caso, e o primeiro-ministro José Sócrates.
A notícia é avançada hoje pelo semanário Sol que adianta ainda que numa dessas conversas foi discutido o negócio da venda da TVI.
O Sol adianta ainda que esses elementos foram enviados ao Procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro.
Segundo o semanário, o Ministério Público de Aveiro, onde está a ser investigado o processo Face Oculta, mandou extrair nove certidões por indícios de vários crimes, um dos quais é o tráfico de influências.
Por terem subjacentes factos fora da espera de competência da comarca de Aveiro, estas certidões foram enviadas ao PGR para este decidir se as converte em inquéritos e qual o departamento ou magistrados competentes para as averiguar.
Segundo o semanário Sol, pelo menos um dos casos envolve Armando Vara e conversas com José Sócrates, onde um dos temas abordados é a venda da TVI pelos espanhóis da Prisa.
O semanário Sol escreve ainda que perguntou ao PGR se já tomou uma decisão sobre estas certidões e, tendo em conta que os factos em causa envolvem o primeiro-ministro, onde irá decorrer a investigação.
O procurador respondeu, ainda segundo o Sol, que “estão a ser analisadas as nove certidões recebidas nesta Procuradoria-Geral da República, que estão directa ou indirectamente ligadas ao processo denominado Face Oculta.
Por não estarem completamente documentadas, foram solicitados documentos complementares – que se aguardam”.
Ontem, o primeiro-ministro, questionado no parlamento sobre o processo Face Oculta e as implicações que estava a ter nas empresas públicas e participadas pelo Estado garantiu que o Governo só tomará decisões sobre as empresas citadas no processo depois de concluídas as auditorias que estão a ser realizadas pela Inspecção-Geral de Finanças, o que apenas deverá acontecer no final do ano.
O PÚBLICO tentou obter uma reacção à notícia do Sol junto do gabinete do primeiro-ministro, mas fonte oficial não fez qualquer comentário.
Na edição de hoje do semanário Sol, é ainda adiantado que Domingos Paiva Nunes, administrador da EDP Imobiliário, que também já suspendeu o seu mandato, é casado com uma prima de José Sócrates.
Os intocáveis por Mário Crespo.
Os intocáveis
O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (…)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente.
Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.
Última Hora: Sócrates também está envolvido no negócio da sucata.
É oficial.
José Sócrates está envolvido na negociata das sucatas, desencadeada pela Operação "Face Oculta" da PJ.
A Polícia Judiciária tem escutas feitas de telefonemas entre Armando Vara e o 1º Ministro, José Sócrates sobre o negócio das sucatas.
Aguarda-se que o 1º Ministro José Sócrates seja constituído ARGUIDO a qualquer momento!
Portugal vai mudar de RUMO!
Fonte: o semanário SOL.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Maçonaria à FORÇA TODA em Portugal!!!
Toda a 'carreira', se assim lhe podemos chamar, de Armando Vara, é uma história que, quando não possa ser explicada pelo mérito (o que, aparentemente, é regra), tem de ser levada à conta da sorte. Uma sorte extraordinária. Teve a sorte de, ainda bem novo, ter sentido uma irresistível vocação de militante socialista, que para sempre lhe mudaria o destino traçado de humilde empregado bancário da CGD lá na terra. Teve o mérito de ter dedicado vinte anos da sua vida ao exaltante trabalho político no PS, cimentando um currículo de que, todavia, a nação não conhece, em tantos anos de deputado ou dirigente político, acto, ideia ou obra que fique na memória. Culminou tão profícua carreira com o prestigiado cargo de ministro da Administração Interna - em cuja pasta congeminou a genial ideia de transformar as directorias e as próprias funções do Ministério em Fundações, de direito privado e dinheiros públicos. Um ovo de Colombo que, como seria fácil de prever, conduziria à multiplicação de despesa e de "tachos" a distribuir pela "gente de bem" do costume. Injustamente, a ideia causou escândalo público, motivou a irritação de Jorge Sampaio e forçou Guterres a dispensar os seus dedicados serviços. E assim acabou - "voluntariamente", como diz o próprio - a sua fase de dedicação à causa pública. Emergiu, vinte anos depois, no seu guardado lugar de funcionário da CGD, mas agora promovido por antiguidade ao lugar de director, com a misteriosa pasta da "segurança". E assim se manteve um par de anos, até aparecer também subitamente licenciado em Relações Qualquer Coisa por uma também súbita Universidade, entretanto fechada por ostensiva fraude académica. Poucos dias após a obtenção do "canudo", o agora dr. Armado Vara viu-se promovido - por mérito, certamente, e por nomeação política, inevitavelmente - ao lugar de administrador da CGD: assim nasceu um banqueiro. Mas a sua sorte não acabou aí: ainda não tinha aquecido o lugar no banco público, e rebentava a barraca do BCP, proporcionando ao Governo socialista a extraordinária oportunidade de domesticar o maior banco privado do país, sem sequer ter de o nacionalizar, limitando-se a nomear os seus escolhidos para a administração, em lugar dos desacreditados administradores de "sucesso". A escolha caiu em Santos Ferreira, presidente da CGD, que para lá levou dois homens de confiança sua, entre os quais o sortudo dr. Vara. E, para que o PSD acalmasse a sua fúria, Sócrates deu-lhes a presidência da CGD e assim a meteórica ascensão do dr. Vara na banca nacional acabou por ser assumida com um sorriso e um tom "leve".
P.S. - Para que as coisas fiquem claras, informo que o sr. (ou dr.) Armando Vara tem a correr contra mim uma acção cível em que me pede 250.000 euros de indemnização por "ofensas ao seu bom nome". Porque, algures, eu disse o seguinte: "Quando entra em cena Armando Vara, fico logo desconfiado por princípio, porque há muitas coisas no passado político dele de que sou altamente crítico". Aparentemente, o queixoso pensa que por "passado político" eu quis insinuar outras coisas, que a sua consciência ou o seu invocado "bom nome" lhe sugerem. Eu sei que o Código Civil diz que todos têm direito ao bom nome e que o bom nome se presume. Mas eu cá continuo a acreditar noutros valores: o bom nome, para mim, não se presume, não se apregoa, não se compra, nem se fabrica em série - ou se tem ou não se tem. O tribunal dirá, mas, até lá e mesmo depois disso, não estou cativo do "bom nome" do sr. Armando Vara. Era o que faltava!
http://citadino.blogspot.com/2009/03/alucinante-trajectoria-profissional-do.html
Agência Financeira de 05.11.09: José Penedos vai deixar presidência da REN.
Está decidido.
José Penedos vai deixar a presidência da REN - Redes Energéticas Nacionais.
O anúncio deverá ser feito até à próxima segunda-feira, avança o jornal «i».
José Penedos, tal como Armando Vara, (vice-presidente do BCP que já suspendeu as suas funções) foi constituído arguido no processo «Face Oculta».
Ambos são suspeitos de estarem envolvidos numa rede de corrupção e tráfico de influências.
«Depois da saída de Vara do BCP, a posição de José Penedos na REN ficou ainda mais fragilizada», disse uma fonte ao jornal, que adianta que Penedos irá suspender funções.
O Estado e os restantes accionistas da empresa preparam-se para escolher um sucessor.
A questão que se discute agora é qual o melhor momento para anunciar ao mercado esta decisão, já que a REN é uma empresa cotada em bolsa.
Recorde-se que o mandato de José Penedos - o terceiro - termina em Dezembro.
domingo, 1 de novembro de 2009
DN de 01.11.09: Novo chefe de Gabinete de Sócrates citado no inquérito.
Paulo Penedos refere ter marcado em Março um almoço com Guilherme Dray, o então chefe de gabinete do ministro Mário Lino.
Guilherme Dray, o homem que José Sócrates acaba de escolher para seu novo chefe de Gabinete em São Bento, pode ter-se encontrado em Março deste ano com Paulo Penedos, um dos arguidos na investigação "Face Oculta".
A referência a Guilherme Dray é feita pelo próprio Paulo Penedos, filho do presidente da REN, José Penedos.
Num telefonema para Manuel Godinho, citado pelo processo, Paulo Penedos informa-o que tem combinado um almoço com Dray, na altura chefe de gabinete de Mário Lino no Ministério das Obras Públicas.
Paulo Penedos quer saber se o empresário Manuel Godinho quer que ele aborde, nesse encontro, o contencioso judicial que opõe a O2 (empresa dirigida por Manuel Godinho) à REFER, e que estava a travar, à altura, a concretização de vários negócios da empresa.
Na resposta, também citada na investigação, Manuel Godinho responde que o assunto estava a ser tratado por Armando Vara e que este já teria falado com Mário Lino, com o objectivo de chamar o presidente do Conselho de Administração da REFER.
O DN tentou obter esclarecimentos de Guilherme Dray, o que se revelou impossível até ao fecho da edição.
A citação de Dray no processo junta- -se assim às que são feitas a outros governantes e funcionários de empresas públicas, com ligações ao PS - cinco dos quais já constituídos arguidos (Armando Vara, José e Paulo Penedos, José Contradanças e Paiva Antunes).
Ontem, o DN tentou contactar Miranda Calha, dirigente do partido, para tentar confirmar quem no perímetro das investigações é, na verdade, militante do PS.
Calha escusou-se a prestar declarações - "não tenho nada a comentar".
Mas o silêncio não é regra em todo o universo socialista.
Ontem, no seu blogue Bichos Carpinteiros, José Medeiros Ferreira refere (num texto com o título "Cheira Mal" ) que ficou "com a impressão que toda a gente anda mais solta com este caso de corrupção da sucata e dos resíduos.
Como se, finalmente, se tivesse apanhado um peixe do tamanho conveniente, e de uma espécie permitida.
Nem muito pesado nem raquítico.
A tempo de ser preparado para o "almoço".
Medeiros Ferreira conclui: "Ou muito me engano ou este caso vai mesmo para a frente. Ou vai passar à frente."
Ontem também, o novo secretário de Estado da Justiça reiterou a mensagem de José Sócrates: "Não cabe aos responsáveis do Ministério interferir ou opinar."
PORQUE É QUE SERÁ QUE AS PISTAS DE QUALQUER CASO DE CORRUPÇÃO VÃO TODAS PARAR AO MESMO SÍTIO???...
Sol de 30.10.09: As influências movidas por Armando Vara.
Leiam com atenção para se aperceberem da "manhozisse" deste maçon:
TRANSFORMOU O BANCO MILLENNIUM-PCP NUM "TEMPLO MAÇON"!
A movimentação de influências por parte de Armando Vara junto do Governo socialista surge neste processo por causa do contencioso que o empresário Manuel Godinho tinha com a REFER (Rede Ferroviária Nacional), sua principal fornecedora. Para o empresário, o contencioso só se resolveria demitindo o presidente da REFER, Luís Pardal. Segundo o Ministério Público (MP), Vara aceitou fazer contactos com esse objectivo, tendo recebido 10 mil euros em dinheiro, entregues pessoalmente por Manuel Godinho no gabinete do BCP na Avenida José Malhoa, em Lisboa. Mas a saída do presidente da REFER revelou-se mais complicada do que o esperado.
O contencioso da O2 com a REFER
A O2 – Tratamento e Limpezas Ambientais, SA tinha a seu cargo, até 2006 a selecção, recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação da totalidade dos resíduos produzidos pela REFER. A certa altura, e sem autorização da REFER, carregou para a sua sede 3.690 metros de carril, 5275 travessas de madeira e respectivo material de ligação da linha do Tuta, sem autorização da REFER – o que deu origem a uma queixa-crime e a um contencioso judicial prolongado. Além disso, em 2004, na sequência do desmoronamento da linha do Tua, em Dezembro desse ano, a REFER adjudicou directamente à O2 a recolha e transporte dos resíduos – só que deu-se conta que esta tinha «sobrefacturado horas de utilização de máquinas e de mão-de-obra».
Desde aí, e além dos processos judiciais, a administração da REFER intensificou as fiscalizações à O2, bem como aos funcionários que internamente se sabia «estarem conotados com a O2» - o que, obviamente, desagradou ao empresário Manuel Godinho. Tendo em conta o peso do cliente REFER na sua facturação anual, «Manuel Godinho procurou por todas as vias superar o contencioso judicial e extra-judicial».
A administração de Luís Pardal proibiu mesmo os serviços de contratarem a O2 – proibição que foi do conhecimento de Godinho através das suas diversas ‘fontes’ na empresa, como o ex-administrador Carlos Vasconcellos. Godinho participou então nos concursos com outra empresa: a 2nd Market. Mas a administração de Pardal também vetou esta empresa.
Os contactos e as influências
O MP cita exaustivamente neste despacho os contactos – telefonemas, almoços e reuniões – ocorridos entre Manuel Godinho e funcionários da REFER: Carlos Vasconcellos, José Domingos Valentim e Manuel João Alves Guiomar. Estes tinham cartões telefónicos pagos por Godinho e para lhe poderem dar informações sobre a vida interna da REFER e o que fazia a respectiva administração. Além de dados sobre concursos da REFER, propostas de empresas adversárias e até informações para a O2 proceder à «subtracção de resíduos nobres como se de ferrosos se tratassem, bem como a adulteração do respectivo peso». Em troca, por exemplo, Carlos Vasconcellos (ex-administrador da REFER) recebeu 2.000 euros num envelope, em Fevereiro de 2009.
Segundo o MP, no dia 3 de Março Godinho almoçou com Carlos Vasconcellos e João Folque, advogado da sociedade José Manuel Mesquita & Associados (José Manuel Mesquita é assessor jurídico de António Costa e entrou em 10.º lugar nas listas do PS à Câmara de Lisboa). O almoço foi no restaurante Mercado do Peixe, «tendo Manuel Godinho acordado que João Folque e José Manuel Mesquita iriam diligenciar pela resolução do contencioso judicial e extra-judicial existente entre a O2 e a REFER, por uma via não jurídica, exercendo pressão sobre Ana Paula Vitorino [secretária de Estado dos Transportes] no sentido de destituir o presidente do conselho de administração da REFER em exercício de funções». No dia 27 de Maio, Godinho e Vasconcellos reuniram com os advogados João Folque e José Manuel Mesquita no escritório destes.
Em 10 de Março deste ano, Paulo Penedos (advogado, filho do presidente da REN, José Penedos) disse a Godinho, por telefone, que iria almoçar com o chefe de gabinete de Mário Lino – Guilherme Dray, agora chefe de gabinete de Sócrates) – e perguntou-lhe se pretendia que lhe «apresentasse» o problema do contencioso da O2 com a REFER. «Manuel Godinho disse-lhe que o assunto estava a ser tratado por Armando Vara, que já teria falado com Mário Lino no sentido de este chamar o presidente do conselho de administração da REFER».
A certa altura, Godinho avançou com a possibilidade de financiamento do partido: «No dia 25 de Março de 2009, pelas 12h41, Manuel Godinho contactou telefonicamente Carlos Vasconcellos, sendo que na conversa entabulada afirmou que a superação do seu problema com a REFER poderia ter por contrapartida a entrega de um donativo para uma campanha partidária».
As influências movidas por Vara e amigos
Enquanto movia influências através daqueles funcionários da REFER, Godinho tentava por outro lado: «Contactou o empresário Fernando Lopes Barreira (consultor e membro fundador da Fundação para a Prevenção e Segurança, uma estrutura paralela para a gestão de dinheiros da prevenção rodoviária, criada por Vara quando era secretário de Estado de Guterres e que lhe valeria mais tarde a demissão do Governo) e também Armando Vara», ex-dirigente e governante socialista e actual vice-presidente do BCP.
Segundo o MP, Godinho fez isto «com o propósito de estes, a troco de contrapartidas patrimoniais e não patrimoniais, exercerem a sua influência, real ou suposta, junto de titulares de cargos políticos, governativos (…), no sentido de os convencer da bondade das pretensões de Manuel Godinho e, bem assim, da necessidade de Ana Paula Vitorino e Luis Pardal, presidente da REFER, serem destituídos dos cargos».
No dia 7 de Fevereiro deste ano, Manuel Godinho tinha ido a Vinhais (terra-natal de Vara) para almoçar com o vice-presidente do BCP. Segundo o MP, pediu-lhe para mover influências «junto de titulares de cargos políticos e governativos», no sentido de resolver o contencioso e também de «ser favorecido nos concursos e nas consultas públicas de adjudicação» da sua esfera de influência enquanto gestor. Isto «a troco de contrapartidas». Para o MP, é claro que Armando Vara aceitou o pedido e efectuou essas diligências.
No dia 12 de Março, Lopes Barreira manifestou a Godinho «estar na disposição de interceder junto de Armando Vara e de Jorge Coelho», para que lhe fossem adjudicados concursos. Depois, no dia 27 de Março de 2009, Lopes Barreira contactou telefonicamente Manuel Godinho, informando-o que, «por sua iniciativa e de Armando Vara, iria ocorrer no dia seguinte uma reunião em sua casa com o Mário Lino sobre a contenda judicial e extra-judicial entre ele e a REFER. Mais lhe disse que havia já abordado o assunto com Mário Lino no sentido de o elucidar sobre a falsidade das notícias que imputavam a Manuel Godinho a subtracção de carris». Dias depois, Barreira telefonou a Godinho dizendo-lhe que «iria ter um almoço com Ana Paula Vitorino, acrescentando-lhe ter-lhe transmitido que o presidente do conselho de administração da REFER constituía um entrave». «Por fim», a rematar o telefonema, «aduz ao conhecimento que Armando Vara, Mário Lino e José Sócrates têm do assunto».
No dia 18 de Abril, Vara e Godinho almoçaram no Mercado do Peixe. Manuel Godinho reiterou a proposta feita em Vinhais, «ao que Vara aquiesceu». No dia 23 de Maio, novo almoço, no mesmo restaurante: Godinho questionou-o quanto às diligências que prometera fazer e Vara respondeu-lhe que já tinha «contactado Domingos Paiva Nunes», administrador da EDP Imobiliário, no sentido de este arranjar concursos nesta empresa a que a O2 concorresse e ganhasse. Nesse encontro, «por fim, Armando Vara solicitou a Manuel Godinho 10.000,00€ em numerário pelas diligências por si encetadas».
«No dia 25 de Maio de 2009, pelas 10h10, Manuel Godinho encontrou-se com Armando Vara no seu gabinete nas instalações do Millenium BCP, no n.º 19 da avenida José Malhoa, em Lisboa, onde lhe entregou os 10.000,00 € que lhe havia solicitado e a partir do qual contactaram Paiva Nunes» , administrador da EDP Imobiliário.
Godinho encontrar-se-ia depois com Paiva Nunes na EDP, que aceitou entrar no esquema, e que depois lhe apresentou para o mesmo efeito Paulo Costa, quadro superior da Portugal-Petrogal (grupo GALP), o qual é descrito por outro arguido no processo, Paulo Penedos, como «um amigo de Armando Vara». Paiva Nunes e Paulo Costa, segundo o MP, receberam em troca dois carros de alta cilindrada, no valor de pelo menos 50 mil euros, segundo o MP.
«No dia 25 de Maio, pelas 11h54, Manuel Godinho contactou telefonicamente Armando Vara relatando-lhe a conversa mantida com Paiva Nunes, ao que Armando Vara se congratulou com o seu teor e resultado» -- descreve o MP no mandado de busca.
No dia 5 de Junho, Vara perguntou a Godinho se já tinha solicitado uma reunião ao presidente da REFER, ao que o empresário respondeu negativamente. Informou-o que tinha ganho no Tribunal da Relação a acção da REFER, «ao que Armando Vara lhe disse ser melhor esperar pelo conhecimento público da decisão para agirem».